Distúrbios Visuais


Como funciona a visão

Os olhos são constituídos por várias estruturas que juntas conectam o mundo exterior com o nosso interior, captando as imagens e movimentos e levando as informações até o cérebro.

A córnea é a superfície de maior refração do olho e se ajusta com a esclera (o "branco do olho") como um vidro de relógio. O cristalino é uma lente transparente situada atrás da íris (a parte colorida do olho), ele modifica sua forma para dar maior nitidez à visão (acomodação visual). O cristalino age junto com a córnea, fazendo a refração dos raios luminosos. A córnea é uma lenta fixa, já o cristalino tem curvatura variável, podendo se tornar mais delgado ou mais curvo, levando a imagem mais para trás ou mais para frente e permitindo que ela se projete sobre a retina. O músculo ciliar é um pequeno músculo que sustenta o cristalino e altera a sua forma para gerar a acomodação visual. Essa propriedade possibilita focalizar objetos localizados a diferentes distâncias dos olhos. A retina é a camada mais interna do olho, formada por receptores especiais sensíveis à luz que transformam os estímulos luminosos em estímulos nervosos que são levados até o cérebro pelo nervo óptico. A mácula é a região central da retina, responsável pela visão de detalhes, como a leitura.

Cada olho recebe e envia ao cérebro uma imagem, no entanto, vemos os objetos como um só, devido à capacidade de fusão das imagens. A visão binocular (com os dois olhos) nos dá um maior campo visual e noção de profundidade.

Erros de refração

A visão nítida ocorre quando a imagem é projetada exatamente sobre a retina (emetropia). Se a imagem se formar antes ou depois dela, o que se vê é uma imagem desfocada.

Os erros de refração são alterações onde as imagens não se formam com o seu foco na retina; por alteração das estruturas (como a córnea ou o cristalino) ou pelo tamanho do olho (grande ou pequeno), resultando em uma visão borrada, sem nitidez.

Miopia

Na miopia, os olhos podem ver os objetos que estão perto, mas não é capaz de ver nitidamente os objetos que estão longe.

A miopia pode ser de dois tipos: de campo, quando o olho é mais alongado, ou de curva, quando a curvatura da córnea é muito acentuada. Devido a curva elevada da córnea ou o formato longo do olho, as imagens são focalizadas antes da retina. A miopia tem tendência familiar e geralmente aumenta durante a fase de crescimento.

A correção da miopia pode ser feita com uso de óculos ou lentes de contato através de lentes negativas ou divergentes. A cirurgia refratária procura modificar a curvatura da córnea, através de cortes radiais rigorosamente determinados. Com a cicatrização, a córnea se retrai e altera a sua curvatura, permitindo a formação da imagem sobre a retina.

Hipermetropia

A hipermetropia é o contrário da miopia. Nesta situação o olho é geralmente menor que o normal no plano horizontal ou a curvatura da córnea é muito pequena e a imagem se forma depois da retina. A visão de objetos próximos aos olhos é mais afetada nas pessoas hipermetrópicas, mas também pode atingir a visão de longe.

As crianças pequenas normalmente são moderadamente hipermétropes, condição que diminui com a idade.

Para a correção da hipermetropia são utilizados lentes convergentes, também conhecidas como positivas, através de óculos ou lentes de contato.

Astigmatismo

O astigmatismo é causado geralmente por irregularidade da córnea, e seu efeito é a distorção da imagem. O astigmatismo pode ser miópico ou hipermetrópico (simples) ou misto.

O astigmatismo miópico impede a visão nítida para longe e para perto, mas as pessoas sentem mais falta de lentes corretoras para visualizar objetos luminosos no escuro, como dirigir a noite, assistir televisão, cinema, etc. Geralmente o astigmatismo é provocado pela curvatura vertical da córnea ser mais acentuada do que a curvatura horizontal. Isso faz com que as imagens sejam focalizadas antes da retina apenas em um plano vertical sendo que no plano horizontal a focalização ocorre na retina. A correção é feita com lentes negativas apenas no meridiano vertical.

O astigmatismo hipermétrico é uma deficiência de visão que também ocorre em um dos meridianos. Ao contrário do miópico, a imagem se focaliza atrás da retina num plano e no outro focaliza exatamente na retina. Ele corrigido com lentes plano-cilíndricas positivas.

Quando numa direção as imagens são focalizadas antes da retina e na direção oposta são focalizadas atrás da retina ocorre o astigmatismo misto. Ele é misto porque precisa de lentes corretoras que tenham um meridiano positivo e outro negativo.

Existem também algumas técnicas cirúrgicas para reduzir grandes astigmatismos, semelhantes as da cirurgia para miopia.

Presbiopia

A presbiopia, também conhecida como vista cansada, ocorre quando o cristalino perde aos poucos sua elasticidade, acompanhando o envelhecimento. Com isso o olho fica incapaz de acomodar-se, ou seja, não consegue focalizar os objetos próximos aos olhos, dificultando a leitura, costura, etc.

Ela ocorre na grande maioria das pessoas, geralmente após os 42 anos de idade. O cristalino começa a perder seu poder de acomodação para perto a partir dos 30 anos, porém ainda pode ser contornado. Quando passa dos 40 anos, a pessoa começa a distanciar as pequenas letras para vê-las nitidamente, até que necessita de óculos para ver de perto. A presbiopia cresce tanto, até os 65 anos, que chega a atingir a visão para longe. A sua progressão varia de pessoa para pessoa e de acordo com a atividade.

O uso de óculos para perto passa a ser necessário em quem antes enxergava bem. As pessoas que já utilizavam óculos passam a precisar de lentes diferentes para longe e para perto e podem usar óculos bifocal ou multifocal (para longe e para perto). Para correção, utiliza-se lentes esféricas positivas ou convergentes.

Considerações finais

Não deixe de visitar o oftalmologista quando perceber alguma dificuldade na sua visão. O uso das lentes corretoras (óculos ou lentes de contato) não fará com que o seu grau aumente, como alguns erroneamente imaginam, pelo contrário, o fará ver o mundo com mais nitidez.

O mesmo vale para as crianças, não há porque ter pena de uma criança que usa óculos, e sim daquelas que necessitam e não usam.

Auto Exame da Mama


Definição

O auto exame da mama é um exame mensal que a mulher pode fazer em si mesma para verificar a presença de câncer nos seios. Quando fizer o auto exame na mama, deve procurar por protuberâncias, ondulações, checar a espessura dos seios e liberação de líquidos pelo mamilo.

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum nas mulheres americanas. Uma em cada dez mulheres desenvolvem-no. A maioria dos casos de câncer de mama são descobertos através do auto exame. Quando o câncer de mama é descoberto cedo e tratado corretamente, as chances de cura são melhores. Toda mulher deveria fazer auto exame da mama regularmente.

Qual é a melhor hora para examinar os seios?

Examine seus seios uma vez por mês no fim de seu período menstrual, quando seus seios normalmente já não estão mais sensíveis ou inchados. Se você já teve a menopausa ou teve histerectomia, examine seus seios no primeiro dia do mês ou quando achar melhor, uma vez por mês.

Como fazer o auto exame?

O auto exame no seios consiste nos seguintes 5 passos:

Primeiro passo:

Examine seus seios no chuveiro ou na banheira pois as mãos escorregam mais facilmente quando a pele está molhada. Com seus dedos esticados, mova-os em toda a área de cada seio, procurando por protuberâncias, caroços duros e verifique a espessura.

Segundo passo:

Fique de pé em frente ao espelho e olhe os seios. Olhe primeiro com os braços esticados ao lado do corpo, depois com as mãos sobre a cabeça, depois com suas mãos na cintura apertando bem para que seus músculos do peito estejam flexionados. Procure por protuberâncias, diferenças em tamanho e formato e inchaço ou ondulações na pele. É normal os seios não serem exatamente iguais.

Terceiro Passo:

Examine seus seios com os dedos enquanto estiver sentada ou de pé. Devagar e metodicamente aperte o seio com a mão oposta a ele. Com seus dedos esticados, trabalhe na direção circular ou em espiral, começando do mamilo e movendo gradativamente para fora.

Quarto Passo:

Deite e repita o terceiro passo. Coloque um pequeno travesseiro ou uma toalha enrolada atrás de seu ombro esquerdo e ponha o braço esquerdo atrás da cabeça. Isso distribui o tecido dos seios mais igualmente no tórax. Use sua mão direita para examinar o seio esquerdo, como no terceiro passo, e então use a mão esquerda para examinar o seio direito. Sinta se existe algum caroço que não existe na mesma área do outro seio.

Quinto passo:

Aperte o mamilo de cada seio gentilmente entre o polegar e o dedo indicador. Fale para seu médico imediatamente caso ocorra alguma descarga de fluido.

Quando devo procurar o médico?

Se achar alguma protuberância, ondulação ou liberação de fluido durante o seu auto-exame, vá ao médico assim que possível. Não tenha medo. A maioria dos caroços não são cancerosos, mas somente o médico pode dar o diagnóstico.

A asma e o uso de corticosteróides na infância


"A mortalidade pela asma aumentou nas últimas décadas, a despeito das aquisições tecno-farmacológicas da medicina moderna. Muitos estudos estão sendo realizados mundialmente para explicar as causas da mortalidade, destacando-se: a doença não foi bem reconhecida; falha na orientação e esclarecimento dos pacientes (ou de suas famílias); uso inadequado ou exagerado de bombinhas (geralmente por falha de orientação do uso correto); os medicamentos não foram prescritos (ou ministrados) de maneira correta; houve retardo no uso precoce da cortisona; falha no reconhecimento dos sinais de alarme".

A Asma e suas Causas

A asma é uma doença grave que afeta pessoas de todas as idades, culturas e localizações geográficas. Embora cada pessoa possa apresentar sintomas diferentes, a definição de asma é muito específica. A doença consiste em um distúrbio inflamatório crônico dos pulmões, caracterizada por chiado, falta de ar, opressão torácica e tosse, a qual estima-se afetar mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo. É por vezes uma doença grave e potencialmente fatal. Apesar dos esforços para reduzir a morbidade e a mortalidade associadas à asma, a doença parece estar em ascensão, especialmente entre crianças.

A asma é uma afecção grave que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida de uma pessoa, e pode resultar em falta às aulas ou ao trabalho, bem como visitas não programadas ao médico ou ao hospital. Embora não haja cura, é uma doença que pode ser controlada, permitindo que a maioria das pessoas leve uma vida produtiva e ativa.

Também conhecida como "bronquite asmática" ou como "bronquite alérgica", a doença acomete os pulmões e se acompanha de uma inflamação crônica dos brônquios. Os conhecimentos iniciais sobre a asma eram restritos, mas com os avanços da medicina nas últimas décadas, passou-se a conhecer melhor as suas causas, mecanismos envolvidos, surgindo novos medicamentos e tratamentos.

"O primeiro passo no controle do asmático é o estabelecimento de uma boa relação médico-paciente. O médico deve ser preparado para este tipo de abordagem, a ponto de identificar as dificuldades inerentes a cada paciente, propondo-lhes soluções viáveis. Cada paciente apresenta a "sua" asma, ou seja, a asma varia de pessoa para pessoa, podendo mesmo variar numa mesma pessoa em diferentes fases de sua vida", explica Dra. Maria Cândida Rizzo, pesquisadora associada à Disciplina de Alergia, Imunologia Clínica e Reumatologia do Departamento de Pediatria da Escola Paulista de Medicina.

A especialista explica que a crise da asma pode ser assim descrita: "tosse improdutiva, respiração curta, cansaço, chiado, rosto suado, inquietação, choro, às vezes prostração ou vômitos ocasionais". Tudo isso ocorre porque existe um obstáculo ao livre trânsito do ar nas vias aéreas: os brônquios e bronquíolos, que conduzem ar respirado para os pulmões, são elásticos e seu tamanho interno aumenta ou diminui durante os movimentos respiratórios. "Numa crise de asma, os brônquios estão contraídos (broncoespasmo), a mucosa que reveste as vias aéreas está inchada (edema) e as glândulas que produzem muco trabalham em excesso (gosma)", completa a doutora. Ao mesmo tempo, ocorre um processo de inflamação nas vias aéreas, que atua perpetuando a irritabilidade dos brônquios, mantendo a crise e a doença. Estas alterações ocorrem em determinadas áreas dos pulmões, enquanto outras estão bem e procuram compensar a oxigenação do organismo. Ao mesmo tempo, são acionados mecanismos de defesa que auxiliam na melhora da crise e na resposta aos remédios.

Entretanto, é importante que uma crise seja prontamente medicada, pois os mecanismos naturais de compensação podem ser ultrapassados com piora da falta de ar e do sofrimento do doente. As crises, portanto, podem variar de intensidade. Quanto mais cedo se aprende a reconhecer os sintomas iniciais, mais facilmente se consegue evitar que uma crise forte se instale. A maioria das crises fortes pode ser prevenida porque a obstrução usualmente progride em vários dias, havendo tempo para um tratamento, antes que se torne grave e fatal. É rara uma crise súbita e rápida. O que acontece na maior parte das vezes é que o paciente não valoriza os sintomas, o próprio médico pode não avaliar adequadamente a gravidade do caso e uma crise pode complicar-se. "O paciente e sua família devem ser orientados para que o tratamento seja iniciado o mais precocemente possível", orienta Dra. Maria Cândida.

Tipos de Tratamento

Os medicamentos são de dois grupos: aqueles usados em crises, que combatem os sintomas da doença, neste caso utilizam-se broncodilatadores e antiinflamatórios; e aqueles usados para prevenir crises. O tratamento vai depender de uma série de fatores, tais como o tipo de crise. "Cada pessoa é uma pessoa, cada crise é uma crise e o tratamento vai ser diferente em cada ocasião da vida do paciente. O importante é seguir as recomendações do seu médico, que o ajudará a escolher o melhor tratamento. Evite repetir receitas antigas ou seguir conselhos de amigos ou balconistas de farmácia", alerta Dra. Maria Cândida.

No entanto, o tratamento inadequado de pacientes com asma persistente é mais comum do que se poderia imaginar. Esta foi uma das principais conclusões dos especialistas que participaram do Congresso Mundial sobre Saúde Pulmonar e do 10o Congresso Anual da Sociedade Européia de Respiração (ERS), realizados recentemente em Florença, Itália. O consenso geral aponta para a necessidade de comunicação mais clara entre médicos e pacientes para conter a crescente epidemia mundial da doença.

Recente estudo apresentado no evento foi uma pesquisa italiana que incluiu 311 adultos e 305 crianças com asma, 100 pediatras, 200 clínicos gerais e 305 pais de crianças com asma. Das crianças, 63% sofriam com a doença, apesar de relatarem adesão às medicações preventivas inalatórias. No caso dos adultos, o percentual sobe para 67%. Vários estudos demonstraram que a adesão ao tratamento inalatório, em geral, é baixa, particularmente entre as crianças, atingindo cerca de 50% em média. Além disso, 60% dos pacientes adultos e 57% das crianças relataram não conseguir fazer tudo o que pessoas não-asmáticas fazem; 56% dos adultos e 50% das crianças relataram que não conseguiam praticar atividade física. O prof. Walter Canonica, alergista do Departamento de Medicina Interna da Universidade de Gênova, observou que há um descompasso entre o que os médicos pensam e a realidade vivida pelos pacientes. "Os médicos consideram a medicação eficaz para aliviar o sofrimento de seus pacientes enquanto estes afirmam que ainda estão sofrendo".

A Asma na Infância e o Uso de Corticosteróides

Nas maiores cidades do Brasil, conforme resultados do Estudo Internacional da Asma e Alergias na Infância - ISAAC, mais que 20% dos adolescentes de 14 anos têm asma. A asma é uma doença muito comum na infância e uma em cada 10 crianças tem asma. Falta de ar, tosse, chiado, noites mal dormidas, consultas a médicos, nebulizações, injeções e, o que é pior, limitações em jogos e brincadeiras, acabam deixando a criança insegura, assustada, sem entender o que está acontecendo.

Os corticosteróides (orais ou inalatórios), usados para tratar alergias severas, são um dos remédios mais eficazes disponíveis atualmente para o tratamento da asma. Eles diminuem a inflamação e as respostas do sistema imunológico aos alergênicos aos quais a pessoa é sensível. O conhecimento atual de que a asma é uma doença inflamatória crônica tem justificado a administração cada vez maior e mais precoce dos corticosteróides, como tratamento preventivo para as crianças. De acordo com o Prof. Dr. Dirceu Solé, editor da Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, publicação da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia, "estes medicamentos têm demonstrado efetividade independente da gravidade da asma, o seu uso precoce associa-se à prevenção de alterações estruturais, controle dos sintomas, redução das exacerbações agudas (hospitalizações), melhora da função pulmonar e diminuição da hiper-responsividade brônquica".

Contra-Indicações dos Corticosteróides

Entretanto, estudos recentes, de curto e médio prazo, têm associado o tratamento com corticosteróides inalatórios, sobretudo o dipropionato de beclometasona (DPB) a retardo de crescimento, mesmo quando utilizado em doses consideradas seguras (abaixo de 400 mcg/dia). Entre as várias causas de retardo de crescimento destacam-se: doenças genéticas, problemas nutricionais, distúrbios hormonais e doenças crônicas. Entre elas, a asma é apontada como causa significativa de baixa estatura em crianças. Na população geral, a prevalência de baixa estatura é de 2 a 3%. Em pacientes alérgicos, principalmente asmáticos, ela pode oscilar entre 2 e 10%.

De acordo com Dr. Dirceu, várias hipóteses têm sido apontadas para explicar a maior freqüência de baixa estatura em pacientes asmáticos além do tratamento com corticosteróides: o tempo de duração da asma, a idade de início (mais precoce), a presença de alterações anatômicas dela decorrentes, e outros fatores principalmente associados às formas mais graves são alguns dos pontos principais incriminados pelos vários pesquisadores como responsáveis por tal retardo. Para o especialista, estudos mais aprofundados ainda são necessários para que se possa identificar de modo mais apropriado a real participação dos corticosteróides inalatórios no retardo de crescimento observado em alguns pacientes.
 

Remédio na hora certa


Sincronizar o horário de um medicamento com o relógio do organismo faz toda a diferença para aumentar sua eficácia e diminuir efeitos colaterais. Essa é a proposta da cronofarmacologia, ciência que cuida da agenda biológica.

O que você pode não saber é que tomar o remédio às 19h ou às 22h pode fazer uma grande diferença, assim como esquecer de avisar o laboratório que tomou uma aspirina no dia anterior ao exame.

A cronofarmacologia (estudo que relaciona os efeitos dos medicamentos de acordo com as horas do dia), a interação entre remédios e o efeito em exames laboratoriais foram alguns dos destaques do XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos.

“A pressão costuma ser mais alta entre 6 e 7 horas da manhã, então se você tomar o remédio para hipertensão no começo da noite, ele não irá fazer efeito. Ou o médico terá de receitar um com duração maior”, explica a farmacêutica Amouni Mourad.

Assim, a cronofarmacologia busca descobrir em que horários há liberação de neurotransmissores e hormônios, além de outras alterações no organismo para assim usar remédios com maior eficiência.

Outro exemplo dado pela farmacêutica é que a febre costuma ter picos às 11h, mas as 3, 4h da manhã ela tem as temperaturas mais baixas. Assim, tomar o antitérmico no pico de temperatura não irá adiantar e a febre só vai abaixar quando já seria normal apresentar uma queda.

Nos EUA, a cronofarmacologia já é bastante difundida e existem mais de 100 medicamentos que seguem seus princípios, mas no Brasil os estudos ainda estão no início. Na USP (Universidade de São Paulo), uma pesquisa busca identificar os períodos do dia onde há maior multiplicação de células cancerígenas, o que aumentaria a eficiência dos medicamentos quimioterápicos.

A glicose é outro componente bastante estudado pela cronofarmacologia. “É preciso levar em conta o relógio biológico de cada um. Se um diabético tem um trabalho estressante durante o dia, não adianta dar insulina apenas a noite. É preciso administrá-la durante o dia, quando há maiores taxas de glicose no sangue”, explica Mourad.

Interações
Além disso, é preciso tomar cuidado ao tomar remédios junto às refeições. Os remédios também têm nutrientes que competem com os alimentos e acabam diminuindo sua eficácia.

Remédios a base de ferro não podem ser tomados logo após alimentos ricos em cálcio, como leite e queijos, já que o cálcio interfere na absorção do ferro. O leite interfere também na absorção de antibióticos de tetraciclina.

Já analgésicos perdem o efeito na presença do tabaco. “É importante saber qual é o tempo de absorção do medicamento, porém é válido que se espere pelo menos uma hora para fumar”, conta.

A farmacêutica salienta ainda que outras substâncias liberadas pelo cigarro como o monóxido de carbono, cianureto e nicotina podem gerar várias interações medicamentosas, como a diminuir a absorção da insulina, por exemplo.
 

Hipertireoidismo - Causas, sintomas, tratamento, diagnóstico


O hipertireoidismo é uma desordem que ocorre quando a glândula tireóide fabrica mais hormônios do que a necessidade do corpo. As mulheres são mais propensas a desenvolver hipertireoidismo do que homens.

Causas do hipertireoidismo

O hipertireoidismo pode ter várias causas, incluindo:
* Doença de Graves.
* Nódulos na tireóide.
* Tireoidite.
* Muita ingestão de iodo.
* Supermedicação com hormônio sintético de tireóide no tratamento de hipertireoidismo.

Em casos raros o hipertireoidismo é causado por adenoma pituitário, o qual é um tumor não-cancerígeno na glândula pituitária.
Doença de Graves e hipertireoidismo

A doença de Graves é uma das causas mais comuns de hipertireoidismo. Ela é uma doença auto-imune, o que significa que o sistema imunológico ataca as próprias células e tecidos saudáveis do corpo. Na doença de Graves o sistema imunológico fabrica um anticorpo que causa a produção exagerada de hormônios da tireóide.
Nódulos na tireóide e hipertireoidismo

Os nódulos na tireóide, também chamados de adenomas, são caroços geralmente não-cancerosos. Em torno de 3 a 7% da população têm nódulos na tireóide, entretanto estes podem ficar superativos e produzir muito hormônio.

Tireoidite e hipertireoidismo

Vários tipos de tireoidite, inflamação na tireóide, podem causar hipertireoidismo. A tireoidite não faz com que tireóide produza hormônios em excesso, porém provoca o vazamento de hormônios da tireóide inflamada elevando seus níveis no sangue.
Ingestão de iodo e hipertireoidismo

A glândula tireóide usa iodo para produzir hormônios, então a quantidade consumida desse mineral influência a quantidade produzida de hormônios. Em algumas pessoas, consumir grandes quantidades de iodo pode fazer com que a tireóide fabrique hormônios em excesso. Algumas vezes há quantidades significativas de iodo em medicamentos e suplementos.

Supermedicação com hormônios da tireóide e hipertireoidismo

Algumas pessoas tratadas para hipotireodismo podem tomar muitos hormônios e provocas hipertireoidismo. Pessoas tratadas com hormônios artificiais devem ter seus níveis hormonais checados por um médico pelo menos uma vez ao ano.

Sintomas do hipertireoidismo

O hipertireoidismo tem muitos sintomas, que podem variar de pessoa para pessoa. Alguns sintomas mais comuns de hipertireoidismo são:
* Nervosismo ou irritabilidade.
* Fadiga ou fraqueza muscular.
* Problemas para dormir.
* Intolerância ao calor.
* Tremor nas mãos.
* Batimento cardíaco irregular ou rápido.
* Diarréia.
* Perda de peso.
* Variações de humor.
* Bócio.
Diagnóstico de hipertireoidismo

Para o diagnóstico de hipertireoidismo o médico começará perguntando sobre os sintomas e fará exame físico. Então, o médico usará vários testes para confirmar o diagnóstico de hipertireoidismo e encontrar sua causa. Provavelmente o primeiro teste será de hormônio estimulante da tireóide (TSH), que é a medida mais precisa da atividade dessa glândula. Se o médico confirmar que o paciente tem hipertireoidismo, podem ser necessários testes adicionais para encontrar a causa e determinar o melhor tratamento.

Tratamento de hipertireoidismo

A pessoa com suspeita de hipertireoidismo deve procurar um endocrinologista. O tratamento depende da causa e gravidade do hipertireoidismo. Ao escolher o tratamento, o médico também leva em consideração a idade do paciente, alergias, possíveis efeitos colaterais dos remédios, outras condições como gravidez e doença cardíaca, e a disponibilidade de um cirurgião com experiência na tireóide. O objetivo do tratamento é trazer os níveis hormonais a um estado normal, desta forma prevenindo complicações a longo prazo e aliviando os sintomas. Na há um único tratamento que funcione para todas as pessoas. As opções de tratamento são remédios, terapia com radioiodo e cirurgia. 
 

Desidratação


A desidratação é um estado patológico do organismo, causado pelo baixo nível de líquido (água, sais minerais e orgânicos) no corpo. A desidratação é uma doença considerada grave, pois milhares de crianças morrem vítimas dela todos os anos. No entanto, é uma doença de fácil prevenção e tratável quando diagnosticada logo.
Baixos níveis de água no organismo ativam uma região do cérebro que provoca a sensação de sede. Quando o líquido perdido não é reposto, os níveis de sódio na corrente sanguínea aumentam, e outras complicações surgem. Em condições normais, a água é eliminada do organismo através do suor, urina, fezes e lágrimas. A desidratação pode ocorrer quando há excesso de calor (sem reposição suficiente da água eliminada pelo corpo), diminuição do consumo de água, febre (sudorese), diarréia, vômitos, e pelo uso de medicamentos diuréticos.

A desidratação faz mais vítimas entre as crianças, os idosos. Crianças são mais suscetíveis por ter uma proporção maior de água em seu organismo, ou seja, qualquer perda de liquido não reposta é significativa. Já os idosos têm menor capacidade de reter líquido, e sentem menos sede.

Dentre as causas de perda excessiva de líquido, a mais comum é a diarréia. No verão, as chances de ter uma diarréia aumentam, pois os vírus causadores dessa doença tendem a se multiplicar, tanto no ambiente quanto nos alimentos expostos ao calor. Vômitos também são responsáveis por grande parte dos casos de desidratação. A exposição excessiva ao sol e o excesso de roupas aumentam a eliminação de água pelo organismo pelo suor, e podem levar a desidratação.

Os sintomas da desidratação são os seguintes:

• Pele seca e inflexível
• Olhos fundos (nos bebês, moleira afundada)
• Boca seca
• Pouca urina e/ou urina amarelo escura
• Coração acelerado (taquicardia)
• Irritabilidade

Existem três níveis de desidratação:

• Desidratação leve – Quando o único sintoma é a sede.

• Desidratação mediana – Pele seca e inflexível, taquicardia, diminuição do peso, aumento da temperatura corporal.

• Desidratação grave – Além dos sintomas acima citados, queda da pressão arterial, sensação de perda de consciência eminente, estupor, hipertermia, convulsões, choque, e até a morte.

O tratamento para a desidratação depende do nível de desidratação em que a pessoa se encontra. Nos casos de desidratação leve, beber água em maior quantidade pode ser suficiente. Quando causada por diarréia ou vômito, o soro caseiro pode ser utilizado. Em casos mais persistentes, soros industrializados podem ser necessários. Em casos graves, a administração de soro por via sanguínea.

As medidas preventivas são simples: beber e oferecer água várias vezes ao dia a crianças e idosos; vestir roupas leves e freqüentar ambientes bem ventilados no verão. Para evitar a diarréia, lavar sempre as mãos antes de preparar alimentos; lavar frutas e verduras em água tratada e corrente; manter os alimentos na geladeira, e prestar atenção aos prazos de validade dos mesmos.
 
 

O Que Proporciona o Mau Hálito



Quando o mau hálito tem origem da cavidade oral podem ser várias as suas causas: a presença de cárie, doença periodontal, sangramento ou posicionamento inadequado dos dentes para uma boa higiene bucal, que previne resíduos de comida deixados na boca.
Outra causa do mau hálito é a diminuição da saliva na boca, é conhecida como boca seca.
Isto pode ser devido a fatores como idade, estresse ou ronco durante o sono.
Um fato interessante é que algumas dietas baixas em carboidratos podem causar uma condição chamada de “o cheiro da fome”, que é o resultado de cetose ou uso incompleto de gordura corporal.
Como disse o médico Pizarro, a halitose pode tornar-se um problema crônico, e quanto mais cedo o paciente é avaliado, melhor.
O que facilita o odor?
Como indicado acima, as bactérias são a causa mais comum do mau hálito, eles formam o que é conhecido como placa bacteriana.
As bactérias se reproduzem a uma velocidade tremenda, e se encontram habitat ideal em nosso restos de comida na boca são adicionados aqui e ali, a reprodução de bactérias será muito maior.
O que promove o mau hálito?
Além dos ácidos perigosos que promovem a cárie dentária, as bactérias liberam compostos voláteis de enxofre que dão um odor fétido. É uma característica destes microrganismos, é revertida apenas quando nós eliminamos da nossa boca. Precisamente com este objetivo, foram criados inúmeros truques. Alguns, como goma de mascar ou balas são limitadas apenas para mascarar o cheiro. Outros, porém, como bochechos antibacteriana, limpadores, pasta de dentes, etc para remover esses germes, mas sua ação é apenas temporária, diz o Dr. Pizarro.